Cristiano Ronaldo foi a estrela do último INCRÍVEIS da SIC. Sendo inegável o potencial de Ronaldo para transformar em dinheiro tudo em que toca, a SIC resolveu aproveitar ao máximo esta mais-valia do jogador português.
Antes de mais, convém dizer que foi "de mestre" fazer este programa a poucos dias do arranque do Euro 2008. Os portugueses têm vontade de ver os jogadores da selecção nacional, e a SIC simplesmente dá-nos essa oportunidade, e as audiências têm comprovado o sucesso do programa.
Mas... se a ideia foi boa, já foi péssima a forma como a SIC tem "vendido" ou promovido o programa. Convém desde já dizer que os INCRIVEIS NÃO É um programa de informação.
É sim, um programa de entertenimento, feito e apresentado por um apresentador de televisão, sob a responsabilidade da direcção de PROGRAMAS da SIC.
Posto isto, considero completamente inaceitável que SIC promova diariamente o PROGRAMA no Jornal da Noite. É o "bater no fundo" na luta pelas audiências. É o "vale-tudo", é o "arranca-olhos" e é o total e completo desrespeito por toda e qualquer regra do código ético e deontológico dos jornalistas.
Muitas foram as vozes da SIC que, quando a TVI vendia o Big Brother no Jornal Nacional, se revoltaram perante tamanha promiscuidade entre programação e informação. Nessa altura, mais do que nunca, falou-se no infotainment...
Pois bem... esses tempos voltaram... graças à SIC! E como se já não bastasse, no programa dedicado ao Cristiano Ronaldo, aconteceu algo que julgo ser inédito na televisão portuguesa.
Ciente da imediata quebra de telespectadores assim que o programa acabasse, a SIC permitiu que o BES introduzisse um anúncio de 20 segundos, imediatamente antes do genérico final e das últimas imagens de Cristiano Ronaldo.
Não consigo chegar a uma conclusão sobre esta "inovação" é boa ou má. Para a SIC é decerto excelente, graças aos muitos milhares de euros que o BES pagou pela publicidade especial.
Já para o espectador, provavelmente, este corte abrupto na história que estava a ser contada, foi algo de muito pouco agradável.
Resta esperar que a moda não pegue, mas a excepção está criada e os tempos são de "vale-tudo".