Porto, 14 Ago (Lusa) - De carro, comboio ou avião os turistas espanhóis “invadiram” o Porto e a região Norte dinamizando o comércio e a actividade hoteleira, revelou à agência Lusa o presidente da Adeturn, Jorge Osório.
“Espanha descobriu o Norte de Portugal", acrescentou o responsável pelo turismo nortenho.
De acordo com números fornecidos pela Adeturn, com os voos de baixo custo os aviões chegam ao Porto cada vez com mais espanhóis.
Segundo Jorge Osório, em Julho, por via aérea, vindos de Madrid, chegaram 26 mil pessoas, de Barcelona, 20 mil e de Palma de Maiorca 10 mil.
Sobretudo nos meses de Julho e Agosto, "a classe média e a média-alta ocupa os hotéis do Porto", disse o responsável pelo turismo nortenho.
Jorge Osório salientou que o turismo do Norte de Portugal tem feito diversas campanhas em Espanha, “todas com sucesso”.
“A última foi uma divulgação gastronómica em Palma de Maiorca", disse.
A galega Irene Davila também não tem dúvidas: "Espanha está cada vez mais perto do Porto".
Funcionária de uma Companhia de Seguros, em Pontevedra, Irene e as amigas já se habituaram a vir ao Porto fazer compras, passear ou passar um fim-de-semana mais descontraído. Desta vez, o grupo veio passar umas curtas férias.
"São duas horas e meia de viagem, se viermos de carro. Às vezes, usamos o comboio", refere Irene.
Tal como ela, milhares de espanhóis escolheram o Porto, no início deste Verão, para passar férias e fazer compras.
Por toda a cidade do Porto, os turistas oriundos de Espanha “dominam” os restaurantes, as esplanadas, os museus e as ruas.
"É mais fácil ouvir falar espanhol que português" desabafou um agente da PSP destacado na típica zona da Ribeira.
"É tudo gente muito educada, muito simpática e muito interessada na arte, nos monumentos e no vinho do Porto, é claro", acrescentou o agente.
Patrícia Yañez, engenheira técnica em Santiago de Compostela, assume que veio ao Porto "de propósito para fazer compras".
"Os preços são bons, sobretudo nos produtos têxteis e nos artigos de decoração", disse a galega.
Adiantou que, já que está no Porto, vai também aproveitar para "passear pela cidade".
"Já estamos habituados a esta invasão espanhola", disse à Lusa António Fonseca, presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto.
Embora reconheça a presença de "muitos turistas" oriundos do país vizinho, Fonseca referiu que, este Verão, "são menos que em anos anteriores".
"Esperemos que aumentem até final de Agosto", afirmou.
No IKEA [grande superfície de venda de mobiliário, de capital sueco, localizada em Leça da Palmeira, Matosinhos], dez por cento dos clientes pagam com cartões bancários de Espanha.
"Colocamos painéis publicitários em Vigo e em Valença e distribuímos cem mil folhetos promocionais na Galiza", revelou à Lusa o director da empresa em Matosinhos, Ricardo Pinheiro.
Às compras, os galegos Sílvia Martinez e José Carlos, saíram de Vigo directamente para o IKEA para comprar mobília.
"Os preços são pouco mais baixos que em Espanha mas há uma maior oferta de produtos", referiu Sílvia.
À volta de artigos de decoração estava também o casal António Lareiro e Cármen Diaz.
Ele engenheiro de telecomunicações, ela enfermeira, saíram de Córdova há uma semana e instalaram-se num hotel do Porto.
"É uma cidade muito bonita. Adoramos a Casa da Música. É um dos edifícios mais belos que já vi", disse Cármen.
O marido, embora "goste de monumentos", elegeu como o "melhor do Porto" a comida e o vinho.
"Não gastamos no Porto mais dinheiro do que aquele que gastaríamos em Córdova", frisa António Lareiro.
EYM.
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