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Por vezes surge uma sucessão de acontecimentos que exige que façamos um esforço mental para tentar perceber a origem de tudo.
É curioso como um suposto negócio ilícito de uma empresa bracarense de parques de estacionamento, levou à queda do executivo camarário em Lisboa.
A queda do executivo lisboeta, levou à queda da liderança do PSD, e levou Paulo Portas do PP, a entrar num período de reflexão.
A queda de Marques Mendes, levou à candidatura de Luís Filipe Menezes (LFM) que se põe assim a jeito para (quem sabe?) abandonar a câmara de Gaia a meio do mandato.
O eventual abandono de Luís Filipe Menezes poderá levar, à realização de eleições em Gaia.
E assim, um problema que nasceu na capital acaba por ter consequências, a mais de 300 km's de distância. E assim, os gaienses que votaram no seu presidente da câmara, arriscam-se a ter que lhe dizer adeus, já que LFM arrisca-se a render-se ao "poder" dos «sulistas, elititas e liberais».
Nota-se à distância que LFM é um homem que gosta do seu conflito. Gosta de ter sempre alguém a "roer-lhe" a corda. Apesar de sempre se ter dado "relativamente bem" com os líderes nacionais do seu partido, nem por isso, se inibiu de criar problemas com colegas de partido.
Talvez uma das suas mais recentes e famosas guerrilhas tenha sido com Rui Rio. LFM nunca se conformou com dois factos: ter rejeitado ser candidato do PSD à Câmara do Porto, porque as sondagens "garantiam" a vitória de Fernando Gomes, e ter visto Rui Rio ganhar a câmara que ele rejeitou.
Depois foram as guerrinhas com as festas de S. João, e as competições para ver quem tinha o maior... fogo de artifício, e o apoio imediato ao FC Porto, quando as relações com a Câmara do Porto, azedaram irremediavelmente. O exemplo máximo disso, foi a construção do centro de estágios do FC Porto em Gaia.
Também a nível de urbanismo, Gaia tentou atrair para o seu concelho todas as grandes empresas que não conseguiam espaço, nem apoio da autarquia para se instalar na Invicta. É o caso do El Corte Inglés, que há mais de um ano anda a definhar por falta de clientela.
Bom, mas agora LFM quer ser lider do PSD e da oposição. O novo inimigo de estimação está mais do que identificado: José Socrates, que por sua vez, deve estar farto de rir ao ver a facilidade com que a direita se auto-mutila. Continuem todos assim, tal como estão! O Governo e o PS agradecem.
Post Scriptum: Já agora, se a direita não está muito bem, a oposição à esquerda também já viu melhores dias. Desde os festejos das vitórias em Lisboa que ninguém ouve falar deles. Devem ter ido de férias. Voltam em Setembro...