É com estas palavras que Mário Soares descreve a vitória de Luis Filipe Menezes, e aquilo que ele classifica como sendo o "enfraquecimento do PSD", enquanto partido da oposição.
Vindo de quem vem, vale o que vale, mas na verdade será interessante observar os próximos passos do novo líder. Menezes disse que não abandonaria a câmara de Gaia. Mas tendo em conta que também não é sequer deputado, o seu trabalho enquanto líder da oposição está obviamente dificultado.
Entretanto, Santana Lopes posiciona-se como seu possível "braço-direito". O antigo líder do PSD já disse que poderá avançar para presidir à bancada parlamentar do PSD, assumindo assim as funções de "vice-líder". Santana poderá ser a voz do PSD no Parlamento, e com isso, voltar à ribalta política, para quem sabe, no pós-Menezes tentar novamente ser uma alternativa.
O PSD está claramente descredibilizado. Mas à direita, também pouco ou nada temos visto. Portas deixou que estes meses de guerrilha interna do PSD passassem, sem aproveitar para se afirmar como oposição, ou até líder da mesma.
Ao contrário do que afirmou quando foi eleito, Paulo Portas pouco ou nada tem feito para relançar o partido. E o não aproveitamento da crise do PSD, é disso o melhor exemplo.
Portas terá agora a sua vida muito mais dificultada. Sobretudo porque Menezes tem um estilo muito parecido com o do líder do PP.
A direita portuguesa está em ebolição. 2009 é um objectivo primordial para ambos os partidos. Ou ganham tudo, ou perdem tudo. Também vai ser curioso observar a relação do PSD com o CDS.
A este propósito, convém recordar que a coligação entre os dois partidos em Gaia, é das mais antigas no país. Será isto o prenúncio de algo maior...?