Quem gosta do Herman José não pode deixar de sentir já alguma nostalgia ao ver a Roda da Sorte. Li algures que o fim deste programa significa também o fim da "terapia de final do dia".
Confesso que o programa per si nada tem de novo, de especial ou mesmo de atractivo. Vale pelo apresentador. Pelas maluqueiras, pelo improviso, pelas piadas, pelas invenções, pelas provocações. Vale pelo Herman José.
Ele é a alma do programa. É quem lhe dá dinamismo e interesse. As suas maluqueiras a cozinhar em estúdio ou a pôr discos num gira-discos antigo que comprou na internet, são o que dá valor ao programa e atrai o telespectador. Este é um programa feito de pormenores.
E se do programa nada de novo podemos esperar, já do apresentador, temos a certeza de que o programa de hoje nunca será igual ao de ontem. Esta é a minha opinião. Infelizmente não é partilhada por muitos. E à custa disso, o programa vai ser retirado do ar no final deste ano.
Em Janeiro, às 19h, estreia o novo formato diário do Nós Por Cá, sendo esta mais uma das inúmeras tentativas da SIC para recuperar algum amor-próprio no horário das 19h/20h. É bem possível que o novo programa faça melhores resultados que a Roda da Sorte, mas sem dúvida alguma que, a sensação provocada no telespectador será diferente.
Ver o Herman ao fim do dia, é de facto uma terapia. É entretenimento. O Nós Por Cá arrisca-se a ser uma espécie de pré-Jornal da Noite. Será sempre inevitável falar dos problemas das populações, que por muito ligeiros que sejam, nunca permitirão que a Conceição Lino cozinhe em estúdio ou ponha discos de cantores antigos.